RECAPITULANDO
NOSSA ÚLTIMA AULA
ARTIGO
ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL: UM POUCO DE HISTÓRIA[1]
REVISTA EDUCAÇÃO EM
DEBATE
DE
Helena Campanholo
Bordignon*
Marilane Maria Wolff
Paim**
Educação em Debate,
Fortaleza, ano 39, nº 74 - jul./dez. 2017
Texto adaptado
tendo como base o artigo Alfabetização no Brasil: Um pouco de História
Como pensar educação sem refletir
sobre alfabetização?
Segundo o artigo, estudar,
compreender a história da alfabetização é muito importante, pois ela é um dos
aspectos mais significativos da educação, do ensino. Como ter acesso ao
conhecimento no mundo, principalmente, no mundo atual, sem ler e escrever? Há
tanto para aprender, fazer, transformar, conhecer, ser... E a leitura e a
escrita são ferramentas muito importantes!
“Como compreender
a educação moderna sem conceber a
habilidade da leitura como requisito de um repertório
intrínseco à própria constituição da modernidade? Aliás, em um país como o
Brasil, estudar a alfabetização é um dever” (BOTO, 2011, p. 1).
Alfabetização sempre é um assunto
que não se esgota no Brasil. Nossa história é marcada por um grande número de
pessoas que não tiveram acesso, desde muito tempo, à escrita e à leitura. O que
nos levou a um alto índice de analfabetos. Para terem uma ideia, em 1920 o
Brasil tinha 75% da população, analfabeta.
O acesso à educação até o século
XIX era restrito a poucas pessoas, um verdadeiro privilégio! Ler e escrever
quase não fazia parte da vida cultural, do dia a dia das pessoas. Com a
extensão, a ampliação da escola é que esse acesso, aos poucos, vai sendo
ampliado. O ler e o escreve passam a ser organizados, ensinados de forma
sistematizada, estruturada por professores. No entanto, essas mudanças não são
de uma hora para outra. Tudo na educação, como em qualquer setor da sociedade,
requer investimento, vontade, decisão... E nem sempre, os investimentos, as
decisões e ações foram efetivamente instrumentos de mudança satisfatória no
campo educacional. Logo, essa ampliação foi muito lenta... E até hoje,
percebemos o tanto de dificuldades que o campo educacional ainda enfrenta.
No final do século XIX, a educação,
e claro, a alfabetização, segundo o artigo, sofrem mudanças significativas,
principalmente no campo pedagógico, ou seja, as teorias que dariam e dão apoio
às práticas do ensino, que fundamentam as práticas docentes. Essas teorias
pedagógicas trouxeram estudos que se voltavam para a necessidade da adoção,
utilização de métodos de para ensinar a ler e a escrever.
Outro fato importante é o surgimento
da Psicologia entendida como Ciência. A Psicologia também trouxe muitas
contribuições., pois a partir dela, passou-se a discutir, a estudar, a pensar o
caráter psicológico da criança. Quem é a criança? A criança é um pequeno
adulto? Como ela se desenvolve? Essas questões também contribuíram para o “Como
alfabetizar crianças”., priorizando as questões didáticas (a técnica de ensinar,
os recursos para ensinar etc.) com base na definição das habilidades visuais,
auditivas e motoras da criança.
“Nesse mesmo período, com o
surgimento da psicologia, começou-se a discutir o caráter psicológico da
criança no processo de alfabetização. “Empreendida por educadores, essa discussão
prioriza as questões didáticas, ou seja, o como ensinar, com base na definição
das habilidades visuais,
auditivas e motoras
do aprendiz” (MORTATTI, 2011, p.
44).
Mas qual método seria o melhor? Era
preciso ensinar a ler e a escrever utilizando um método. Mas qual?
Com o tempo surge uma grande
disputa no campo das teorias pedagógicas. Um grupo novo de estudiosos da área
queria implementar um novo método, chamado MÉTODO ANALÍTICO para ensinar a
leitura. Por outro lado, havia um grupo que defendia o MÉTODO SINTÉTICO, em
especial, o chamado método de SILABAÇÃO.
Mas que
seria Método Analítico e Método Sintético???
No último bimestre desse ano,
estudaremos os métodos com mais detalhes. No momento, vamos dar uma olhadinha
breve para entendermos um pouco do que se trata cada um deles.
Antes, vamos lembrar o que é
Didática:
Didática é a técnica, como fazer...
E método? Método é o caminho!
SINTÉTICO – CAMINHO DA PATE PARA O
TODO
ANALÍTICO – CAMINHO DO TODO PARA A
PARTE
Quando ensinamos, escolhemos um
caminho e o como trilhar esse caminho. O caminho é o método, o como
trilhar é a técnica.
CONTINUAÇÃO
– AULA SEGUINTE
Método
Sintético
Fonte MÉTODOS E DIDÁTICAS DE ALFABETIZAÇÃO: HISTÓRIA,
CARACTERÍSTICAS E MODOS DE FAZER DE PROFESSORES
Isabel Cristina Alves da Silva Frade
Centro de alfabetização, leitura e escrita
FaE / UFMG
É um conjunto de métodos que
sistematizam o ensino da leitura e da escrita, partindo das partes para o
todo.
Fazem parte desse conjunto três
caminho, três métodos:
a)
Alfabético
- parte da letra
b)
Fônico -
parte do som das letras
c)
Silábico - parte da sílaba
a)
Alfabético
Inicia
o ensino a partir do conhecimento das letras. Letras são partes das
palavras que juntas, em um contexto, formam frases que unidas formas períodos e
juntos, formam textos.
(Imagem
retirada da internet - http://alunomonitor-lie.blogspot.com)
Consistia
em apresentar partes mínimas da escrita, as letras do alfabeto, que, ao se
juntarem umas às outras, formavam as sílabas ou partes que dariam origem às
palavras. Os aprendizes, primeiro, deveriam decorar o alfabeto, letra por
letra, para encontrar as partes que formariam a sílaba ou outro segmento da palavra;
somente depois viriam a entender que esses elementos poderiam se transformar numa
palavra. Mais tarde, criou-se o procedimento de soletração, que gerou exaustivos
exercícios de “cantilenas” (cantorias com os nomes das letras e suas
combinações) e também o treino com possíveis combinações de letras em
silabários. Essas atividades eram sem sentido, porque demorava-se a chegar ao
significado. Imaginem uma pessoa decorando e cantando combinações (be-a-ba,
be-e-be, etc.) e soletrando para tentar decifrar a palavra bola: “be-o-bo,
ele-a-la = bola”. (página 23)
a)
Fônico
O ensino
partia do som de cada letra, ou seja, o fonema. Por isso, o nome FÔNICO.
(imagem retirada da internet - https://www.pensarcursos.com.br)
(imagem retiradas da internet – blog Psiqueasy)
“(...)princípio
é de que é preciso ensinar as relações entre sons e letras, para que se
relacione a palavra falada com a escrita. Dessa forma, a unidade mínima de
análise é o som.
Segue
o texto:
“Segundo
Braslavsky (1988), no método fônico começa-se ensinando a forma e o som das
vogais. Depois ensinam-se as consoantes, estabelecendo entre consoantes e
vogais relações cada vez mais complexas. Cada letra é aprendida como um som
que, junto a outro som, pode formar sílabas e palavras. Para o ensino dos sons,
há uma sequência que deve ser respeitada, indo-se de relações diretas entre
fonemas e grafemas para relações mais complexas. Na organização do ensino, a
aprendizagem da relação fonema/ grafema é o principal objetivo.” (página 25)
a)
Silábico
Inicia
o estudo a partir das sílabas.
“No
método silábico, a principal unidade a ser analisada pelos alunos é a sílaba.
No entanto, em várias cartilhas, o trabalho inicial centra-se nas vogais e seus
encontros, como uma das condições para a sistematização posterior das sílabas.
No
desenvolvimento do método, geralmente é escolhida uma ordem de apresentação, feita
segundo princípios calcados na ideia “do mais fácil para o mais difícil”, ou
seja, das sílabas “simples” para as “complexas”. São apresentadas
palavras-chave, utilizadas apenas para indicar as sílabas, que são destacadas
das palavras e estudadas sistematicamente em famílias silábicas. Estas são
recompostas para formar novas palavras. O método permite que se formem novas
palavras apenas com as sílabas já apresentadas e formam-se, gradativamente,
pequenas frases e textos, forjados para mostrar apenas as combinações entre
sílabas já estudadas.” (página 27)
Prestem atenção
Questão 2.1 Antes do final do séc. XIX o ensino da leitura e da escrita não era sistematizado. A escola conforme entendemos hoje, ainda não era uma realidade para todos. Os que tinham acesso a esse conhecimento, era o clero, os . escribas e nobres (alguns). A partir do final do século XIX é que essa realidade começa mudar com a sistematização do ensino e a expansão de espaços escolares, no entanto, o acesso ao aprendizado da leitura e da escrita era mínimo, sendo ainda um privilégio para poucos. A própria prática de ler e escrever não fazia parte da vida cultural da maioria das pessoas. Uma triste realidade que explica o fato de, no caso do Brasil, termos até hoje, além de outras causas que se seguem na História do país, um grande número de analfabetos ou analfabetos funcionais.
Questão 2.2 A Psicologia trouxe conhecimentos sobre o desenvolvimento infantil, o caráter psicológico da criança... A partir do momento que se entendeu melhor como se dá esse desenvolvimento motor, psíquico (pensamento) e da inteligência (cognitivo), os educadores voltaram seus olhares para o "como ensinar às crianças", considerando esse desenvolvimento de habilidades, na época, vistas como imprescindíveis à alfabetização, que eram as habilidades visuais, auditivas, motoras etc.
(Imagem
retirada da internet - http://educadoraadriana.blogspot.com)
1
- Numere a segunda coluna, de acordo com a primeira, identificando as ideias-chave
contidas
nos
métodos:
(1)
Método alfabético
(2)
Método fônico
(3)
Método silábico
(
) Elege como unidade o fonema, ressaltando as relações diretas entre a cadeia
sonora e a representação (2)
escrita.
(
) Prioriza o ensino do alfabeto e a identificação de letra por letra para o
reconhecimento de sílabas e
palavras. (1)
(
) Toma como unidade mínima as sílabas e as reorganiza para compor novas palavras. (3)
(
) Elege como unidade o texto, por considerá-lo uma unidade que leva à
compreensão (fica em branco)
2
– Responda
1 – Até
o final do século XIX a educação era privilégio para poucos, e claro, o
aprendizado da leitura e da escrita. Por quê?
R: Infelizmente, a educação nunca teve grandes investimentos.E durante muito tempo ler e escrever não fizeram parte da vida cultural de muitas pessoas. No final do século XIX é que se inicia um processo de sistematização do ensino e o oferecimento do espaço escolar, claro que muito precariamente. Sendo assim, ainda era uma oportunidade negada para a grande maioria da população.
R: Infelizmente, a educação nunca teve grandes investimentos.E durante muito tempo ler e escrever não fizeram parte da vida cultural de muitas pessoas. No final do século XIX é que se inicia um processo de sistematização do ensino e o oferecimento do espaço escolar, claro que muito precariamente. Sendo assim, ainda era uma oportunidade negada para a grande maioria da população.
2 – No final do século XIX o ensino da
leitura e da escrita passa por transformação devido ao surgimento da Psicologia
e seus estudos aplicados à educação. O que a Psicologia trouxe de inovação para
o processo de ensino da leitura e da escrita?
R: A Psicologia trouxe, em seus estudos, contribuições para a educação, em especial, para o ensino da leitura e da escrita, pois trouxe a compreensão mais ampla, naquele momento, para os educadores, de como era o desenvolvimento da criança o que levou os educadores a priorizarem cada vez mais o "como ensinar", ou seja, as questões didáticas no que diz respeito ao ensino da leitura e da escrita para os pequenos, considerando as habilidades motoras, visuais, auditivas etc para essa aprendizagem.
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R: A Psicologia trouxe, em seus estudos, contribuições para a educação, em especial, para o ensino da leitura e da escrita, pois trouxe a compreensão mais ampla, naquele momento, para os educadores, de como era o desenvolvimento da criança o que levou os educadores a priorizarem cada vez mais o "como ensinar", ou seja, as questões didáticas no que diz respeito ao ensino da leitura e da escrita para os pequenos, considerando as habilidades motoras, visuais, auditivas etc para essa aprendizagem.
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[1] Artigo oriundo da Dissertação de Mestrado
intitulada Alfabetização e letramento: concepções presentes no ensino da
linguagem escrita.* Mestra em Educação pela Universidade Federal da Fronteira
Sul (UFFS). Professora efetiva na Secretaria Municipal de Educação do município
de Santiago do Sul (SC). Endereço para correspondência: Linha Molossi, s/n,
interior, CEP 89.854-000, Santiago do Sul (SC). Correio eletrônico:
loritabordignon@hotmail.com** Doutora em Educação pela Universidade do Vale do
Rio dos Sinos (UNISINOS). Professora titular da Universidade Federal da
Fronteira Sul (UFFS). Atua no Programa de Mestrado em Educação e no Curso de
Pedagogia da UFFS. Pesquisadora e líder do Grupo de Pesquisa em Educação,
Formação Docente e Processos Educativos. É bolsista CAPES do Programa
Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), coordenando o
subprojeto PIBID Pedagogia. Endereço para correspondência: Rua Hernann Spernau,
n.º 60, apto. 3081, Água Verde, CEP 89.037-506, Blumenau (SC). Correio
eletrônico: marilanewp@gmail.com
Prestem atenção
Questão 2.1 Antes do final do séc. XIX o ensino da leitura e da escrita não era sistematizado. A escola conforme entendemos hoje, ainda não era uma realidade para todos. Os que tinham acesso a esse conhecimento, era o clero, os . escribas e nobres (alguns). A partir do final do século XIX é que essa realidade começa mudar com a sistematização do ensino e a expansão de espaços escolares, no entanto, o acesso ao aprendizado da leitura e da escrita era mínimo, sendo ainda um privilégio para poucos. A própria prática de ler e escrever não fazia parte da vida cultural da maioria das pessoas. Uma triste realidade que explica o fato de, no caso do Brasil, termos até hoje, além de outras causas que se seguem na História do país, um grande número de analfabetos ou analfabetos funcionais.
Questão 2.2 A Psicologia trouxe conhecimentos sobre o desenvolvimento infantil, o caráter psicológico da criança... A partir do momento que se entendeu melhor como se dá esse desenvolvimento motor, psíquico (pensamento) e da inteligência (cognitivo), os educadores voltaram seus olhares para o "como ensinar às crianças", considerando esse desenvolvimento de habilidades, na época, vistas como imprescindíveis à alfabetização, que eram as habilidades visuais, auditivas, motoras etc.
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